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Apesar da criação de novas leis de amparo
a velhice, que evidenciam uma preocupação com esta crescente faixa etária,
pouco tem sido feito para viabilizar o exercício dos direitos assegurados por
estas leis. Sabe-se que até mesmo as iniciativas de caráter privado estão mais
direcionados para o assistencialismo, conduzindo a uma tendência de afastar os
idosos de realizar atividades criadoras, favorecendo assim o seu isolamento da
sociedade a qual pertence.
O aumento das doenças crônico-degenerativas
na população com mais de 65 anos tem sido demonstrado em estudos
norte-americanos, e essas enfermidades fazem com que a saúde, os níveis de
energia e a mobilidade sofram uma redução. Na população com mais de 85 anos,
tal situação é ainda pior, pois como resultado de seus problemas, eles tem
reduzida à capacidade para desempenhar as atividades de vida diária,
tornando-se, conseqüentemente, dependentes dos cuidados de outros (SCHANK;
LOUGH, 1989).
Os estudos gerontológicos, apesar de
ainda estarem pouco desenvolvidos, indicam o início de ações capazes de
oferecer auxílio para o planejamento de novas modalidades de atendimento à
pessoa idosa, seja na descoberta precoce dos déficits funcionais, na prevenção
de doenças e promoção de saúde, ou na reabilitação de funções (SANCHEZ, 2000).
Contudo, enquanto tais ações não
promovem a preservação ou o resgate para vida independente é preciso trabalhar
a favor da qualidade de vida dessa parcela da população que vem aumentando a
cada ano.
A gerontologia Social trata dos fenômenos
humanos associados ao fato de envelhecer, processo inerente a todo ser humano.
Entretanto a velhice, resultado do envelhecimento, é vulgarmente considerada
como uma realidade que afeta apenas uma parte da população. Os velhos se
configuram como uma categoria independente do resto da sociedade,separados como
grupos de características próprias.É obvio que partilham de características
comuns,mas o fato curioso é que essa diferenciação supõe maior separação do
resto da sociedade do que a experimentada por outros grupos sociais: crianças,
adultos ,operários ,funcionários públicos, etc...A velhice separa mais os
idosos dos concidadãos do que outros atributos cronológicos e sociais.Suscita
reações negativas e não é somente uma variável descritiva da condição pessoal
da pessoa,como a aparência física ,o estado de saúde,etc.
Por
outro lado, A proporção de pessoas idosas em relação ao total da população que
atinge, atualmente, níveis superiores aos de qualquer outra época da história.
Nos países desenvolvidos, situa-se ao redor de quinze por cento e com a
tendência a um crescimento superior a ao de qualquer outro setor da
população.Essa tendência é única em nossa época,e os peritos concordam que o
número de pessoas idosas sobre o total da população crescerá em todos os países
do mundo,considerando-se as melhorias no nível de vida e a redução da taxa de
natalidade.Os aumentos serão maiores em países desenvolvidos,e em decorrência
disso surgirão novas condições de vida ,que já são previstas e causam
preocupação.A economia futura será capaz de gerar recursos suficientes para
manter a massa crescente de passivos?As respostam são equivocadas devido ao
grande números de fatores que intervêm: crise industrial mundial, novas
tecnologias, atitudes sociais cambiantes etc. Entretanto economicamente parece
inevitável que a população ativa do futuro arque com maiores responsabilidades
do que as atuais gerações
.
A sociedade exclui para incluir e esta
transmutação é condição da ordem social desigual, o que implica o caráter
ilusório da inclusão. (SAWAIA, 2008)
Segundo Paugam (1996):
exclusão seria noção
familiar nos últimos anos, destinada a retratar a angústia de numerosos
segmentos da população, inquietos diante do risco de se ver um dia presos na
espiral da precariedade, “acompanhando” o sentimento quase generalizado de uma
degradação da coesão social. Reconhece, porém, que se trata de termo ainda
equívoco, abarcando um universo de preocupações tais como: precariedade do
emprego, ausência de qualificação suficiente, desocupação, incerteza do futuro
(...) uma condição tida por nova, combinando privação material com degradação
moral e dessocialização (...) ;desilusão do progresso(...).(PAUGAM, 1996, p.
7-8)
Busca, então, distinguir entre
precariedade e exclusão, colocando a primeira como estágio anterior, e
aparecendo aí a novidade do fenômeno e mesmo a emergência de “novo paradigma”
de pobreza.
O maior charme do termo exclusão é o
sucesso da noção de exclusão é que ela põe o acento, ao menos implicitamente,
sobre uma crise do liame social. Com respeito à temática das desigualdades, a
noção de exclusão a ultrapassa dando um sentido novo fundado não principalmente
sobre a oposição de interesses entre grupos sociais e a luta pelo
reconhecimento social, mas antes sobre a fraqueza, ou seja, a ausência de
reivindicações organizadas e de movimentos suscetíveis de reforçar a coesão
identitária das populações desfavorecidas.
Referência
COSTA, E. M. S. Gerontodrama: a velhice em cena: estudos
clínicos e psicodramáticos sobre o envelhecimento e a terceira idade. São
Paulo: Agora, 1998.
DAMATA, R. Conta de Mentiroso: Sete Ensaios De Antropologia
Brasileira. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
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HADDAD, Eneida Gonçalves de Macedo. O Direito à Velhice: os
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longa permanência, 2007
MENDES, M.R.S.S.B. et al. Artigo atualizado: A situação
social do idoso no Brasil: uma breve consideração. Acta Paul Enferm. 2005; 18 (4):422-6
DAVIM, R.M.B. et al. Artigo original.Estudo com idosos de
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SP. Maio/junho 2004. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sciJarttext&pid=S0104-11692004000300010.
Acesso em 28/03/2012 09:34
SAWAIA, B. Introdução: Exclusão ou Inclusão Perversa? IN:
SAWAIA, B. (Org.) As Artimanhas da Exclusão: Análise psicossocial e ética da
desigualdade social. 8 ed. Petrópolis, RJ. Ed. Vozes, 2008.
DEMO, P. Charme da Exclusão Social: Polêmicas do Nosso
Tempo. Campinas, SP: Autores associados, 1998.
MORAGAS, R. M. Gerontologia Social; Envelhecimento e
qualidade de vida, Ed. Paulinas – São Paulo, SP, 2004.
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